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No PS todos contam
No PS todos contam

Os meus amigos sabem que não sou, por natureza, pessoa para dar demasiada atenção às coisas. Quando vejo os nossos ilustres comentadores políticos debaterem, após uma maioria absoluta, se um primeiro-ministro vai sair dentro de dois anos, confesso que tenho dificuldade em levá-los a sério. Opto por uma explicação benevolente resultado de excesso de conversa política e interrogo-me apenas sobre o sentimento que atravessa os lares portugueses, que, num domingo à noite, jantam e preparam mais uma semana de trabalho.

A forma relativamente discreta como vivemos o 23 de março de 2022 é o testemunho da nossa incapacidade coletiva em construir um consenso funcional. “Hoje a liberdade ultrapassa os 17.499 dias da ditadura, são 17.500 dias em Liberdade”, afirmou António Costa, mas o dia histórico não entusiasmou e na manhã seguinte foi esquecido.

Na democracia portuguesa sempre habitou o debate e confronto ideológico. Começou desde logo no “dia inicial inteiro e limpo”. Quando “emergimos da noite e do silêncio” e percorremos o caminho até o 25 de Novembro para que o fosso que separava duas formas de encarar a Liberdade fosse resolvido.
Passaram, entretanto, os 17.500 dias em Liberdade e hoje somos confrontados com outro fosso: aquele que separa a dimensão dos desafios que enfrentamos e a pobreza da nossa dialética política. Esse caminho entre as ideias perdeu-se algures, quando um governo da República assumiu que castigar os portugueses era forma de gerir um povo.

Mas na vivência democrática portuguesa existem outras histórias profundamente interligadas com os homens e as mulheres que todos os dias têm de fazer pela vida.

É no turbilhão da vida que habita o poder autárquico. O nosso quotidiano não escapa a esta realidade: fazer do exercício da política uma ação que reflete as nossas vidas tal como é de facto vivida.
É nesse momento que passamos a dar a devida atenção às pequenas e grandes coisas que importam.
Esse foco acaba por nos moldar e é esse um dos pilares onde assenta a grandeza do Partido Socialista. Autarcas que vivem os problemas quotidianos dos seus eleitores. Aqui deixa de haver lugar para a futilidade ou o vazio do discurso político.
O nosso quotidiano é construído em conjunto com os nossos vizinhos, nas conversas no café, nos jantares de família ou nos debates e nas refleções que um Conselho Estratégico Empresarial nos proporcionam, ora presidido por João Talone, ou pelo saudoso Jorge Coelho, ou na atualidade por António Pires de Lima.

Em Sintra o futuro é alicerçado a partir do melhor que temos das nossas tradições rurais e urbanas. Do equilíbrio entre o progresso e a herança histórica onde assenta a nossa identidade territorial. Do conhecimento profundo que os homens e as mulheres das nossas entidades municipais dedicam ao serviço público.

Sintra percorre o tempo com fortes laços das suas comunidades.

José Tolentino Mendonça escrevia que, “A raiz da civilização é a comunidade. Foi na comunidade que a nossa história começou. Quando do «eu» fomos capazes de passar ao «nós» , e lhe demos uma determinada configuração histórica, espiritual e ética”.
O poeta, sacerdote e professor escrevia sobre ligações e tarefas partilhadas.
O quotidiano do autarca assume esta dimensão. Não é possível andar pelas cidades, vilas e aldeias de Sintra sem fortalecer esse pacto com as nossas gentes.

Os eleitos do Partido Socialista, sejam militantes ou independentes, estão unidos nesta visão de progresso e unidade. Sabem que o nosso futuro não depende apenas de nós e das nossas opções. Estamos interligados pela solidariedade, fraternidade e por uma visão progressista do mundo que nos rodeia. E só assim nos tornaremos livres e independentes.
No PS todos contam.